À semelhança dos gregos, os romanos eram politeístas. Adoravam muitos deuses e faziam cultos aos seus antepassados. Com o tempo passaram a adorar as divindades gregas que foram rebatizadas como nomes latinos. Muitos deuses de regiões conquistadas também foram incorporados aos cultos romanos. Praticavam os seguintes cultos:
Culto doméstico ou familiar
Era praticado no altar da casa e dirigido pelo chefe de família (pater familias). Faziam orações e oferendas aos Lares e ao Penates (divindades protetoras da casa e da família) e aos Manes (espíritos dos antepassados).
Culto público
Era praticado nos templos das cidades e dirigido por sacerdotes. Os romanos adotaram os deuses gregos, dando-lhes outros nomes. Existia uma tolerância com os deuses das populações conquistadas. Em honra desses deuses eram realizadas festas, jogos e outras cerimônias.
O culto público era organizado pelo Estado através de funcionários públicos, sendo o maior deles o Sumo Pontífice. O Estado controlava esses cultos com o objetivo de agradar aos deuses e deles conseguirem sucessos em campanhas militares e em colheitas, por exemplo.
Culto imperial
O Imperador, o qual tinha o título de Augusto, que significa divino, era considerado um deus vivo. Também eram-lhe consagrados templos.
Nota: No período imperial, durante o reinado de Octávio Augusto, nasceu Jesus Cristo, fundador do Cristianismo. Com o passar do tempo, a Religião Cristã foi sendo difundida e aceite por todo o território romano. Em 391 o Cristianismo passou a ser a Religião oficial do Império Romano.
Fontes:
BELATO, Dinarte. Civilizações clássicas II. Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil, 2009. Disponível em:
A arte romana sofreu várias influências, principalmente dos gregos (o ideal de beleza) e dos Etruscos (a expressão da realidade quotidiana).
Os romanos desenvolveram grandes obras artísticas, principalmente a nível da arquitectura, escultura e pintura, que constituem um dos seus maiores legados.
Arquitectura
Foi na arquitectura que os romanos mais se destacaram e conseguiram maior expressão e significação histórica. Receberam fortes influências dos gregos (ideal de beleza, plantas de templos, colunas) e etruscos (uso do arco e abóbada).
Os romanos preocuparam-se com o caráter funcional e prático de sua arquitetura. Houve, por isso, uma combinação harmônica entre a beleza e a utilidade nas mais variadas edificações romanas, como: teatros, basílicas, templos religiosos, palácios, prédios estradas e pontes que interligaram as mais diversas regiões do império, facilitando o trânsito de pessoas e o tráfego de mercadorias para outras regiões. Seus edifícios possuíam mais espaços internos que os gregos.
Templos
Eram construídos em homenagem aos deuses. Eram luxuosos e bem iluminados. Possuíam apenas um portal de entrada com escada de acesso. O templo mais conhecido é Panteão.
Os templos, tinham uma arquitetura diferente: no pórtico de entrada, havia uma escadaria, as laterais se diferenciavam da entrada e não tinham a mesma simetria. Construíram templos, valorizando os espaços interiores.
Circos e anfiteatros
Construções destinadas ao entretenimento. Nos circos ocorriam, principalmente, corridas de bigas. Nos anfiteatros ocorriam espectáculos como, por exemplo, os embates entre gladiadores e entre gladiadores e animais (como rinocerontes, hipopótamos, elefantes, girafas, crocodilos e avestruzes). O anfiteatro mais conhecido foi o Coliseu de Roma, uma das sete maravilhas do mundo moderno.
Foram criados os anfiteatros, com o uso das abóbadas e arcos; um espaço era amplo e suportava muitas pessoas. O exemplo disso é o coliseu, certamente o mais belo dos anfiteatros romanos.
Localizado no centro de Roma, o Coliseu originalmente era capaz de albergar perto de 50 000 pessoas. Demorou entre 8 a 10 anos a ser construído.Externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por três andares com as ordens de colunas gregas (de baixo para cima: ordem dórica, ordem jônica e ordem coríntia).
Termas
Prédios destinados aos banhos públicos, que eram espaços com piscinas aquecidas onde romanos das altas classes relaxavam e mantinham contactos sociais. Eram constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins.
As termas eram o centro social de Roma. As mais famosas são as termas de Caracala que, além de casas de banho, eram centro de reuniões sociais e esportes.
Aquedutos
Os aquedutos são galerias subterrâneas ou expostas à superfície que conduziam a água dos reservatórios para as cidades. Eram feitos de pedra e significou um avanço na canalização e distribuição de água na Antiguidade.
Quase todas as civilizações da antiguidade construíram seus aquedutos, mas foi com os romanos que houve um grande desenvolvimento dos aquedutos. Seu sistema de abastecimento envolvia 11 aquedutos e o maior deles possuía 90 Km de extensão.
A água chegava nas proximidades das cidades e era despejada em reservatórios denominados castellum. Só então o líquido era conduzido por tubos de chumbo ou bronze para a residência dos mais ricos e para as termas.
Arcos de trinfo
Eram construídos em homenagem aos imperadores e generais, principalmente, para marcar grandes feitos e conquistas. Eram feitos de pedra ou mármore.
O mais famoso deles é o arco de Tito, todo em mármore, construído no Fórum Romano para comemorar a tomada de Jerusalém. Foi construído em 81 d.C., medindo 15,4 m de altura, 13,5m de largura e 4,75 de profundidade.
Coluna Triunfal: a mais famosa é a coluna de Trajano, com seu característico friso em espiral que possui a narrativa histórica dos feitos do Imperador em baixos-relevos no fuste. Foi erguida por ordem do Senado para comemorar a vitória de Trajano sobre os dácios e os partos.
Moradias
Nas moradias romanas, as plantas eram rigorosas e eram desenhadas sob um retângulo. As estruturas gregas, eram admiradas pela elegância e flexibilidade e foram implantadas nessas moradias, o peristilo (espaço formado por colunas isoladas e aberto na lateral).
Estradas
Feitas de pedra, eram importantes rotas para o comércio e também deslocamento do exército, pois ligavam várias cidades, regiões e províncias. Eram tão resistentes que muitas delas existem até hoje. A mais conhecida foi a Via Ápia.
Escultura
A escultura romana desenvolveu-se sob influências gregas e etruscas. Os romanos produziram estátuas e relevos com grande realismo, pois não representavam o ideal de beleza, mas a cópia fiel das pessoas, buscando retratar traços particulares. Centravam-se nos aspectos psicológicos, ou seja, a obra evidenciava o caráter, a honra e a glória do retratado.
Representavam imperadores e outros chefes políticos, deuses, membros de famílias importantes, cenas de batalhas e da vida quotidiana.
Pintura
Os artistas romanos trabalharam uma grande variedade de temas, como acontecimentos históricos e cotidianos, lendas, conquistas militares, efígies e natureza-morta. Essas pinturas eram realizadas em murais (afrescos) e possui tridimensionalidade. Os materiais utilizados variam de metais em pó, vidros pulverizados, substâncias extraídas de moluscos, pó de madeira e até de seivas de árvores.
A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C.
Fontes:
BELATO, Dinarte. Civilizações clássicas II. Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil, 2009. Disponível em:
A partir do período da República até a época do império, a sociedade romana sofreu uma transformação lenta e constante, dando origem a uma nova forma de hierarquia social, cujo critério de diferenciação era não apenas a origem familiar mas, sobretudo, a riqueza pessoal de cada um.
A sociedade estruturou-se em duas grandes camadas: a camada superior e a camada inferior.
Na camada superior, encontravam as seguintes categorias sociais:
O imperador – era o soberano (chefe máximo) do Império. Detinha, como vimos anteriormente, todos os poderes: legislativo, executivo, judicial e religioso. Além de lealdade, todos deviam-lhe prestar culto.
A ordem senatorial – era composta por cidadãos ricos na sua maioria patrícios, que comprovassem uma renda superior a um milhão de sestércios, moeda de prata empregada na economia romana daquela época. Ocupavam os mais importantes cargos públicos, na administração civil, na justiça e no exército. Podiam ser governadores de províncias, senadores, sacerdotes, etc. Tinham grande poder e prestígio social e viviam na riqueza e ostentação.
A ordem equestre (os nobilitas) – era formada sobretudo por cavaleiros, elementos das nobrezas locais e homens ricos de origem social baixa (sendo muitos deles filhos de libertos escravos que haviam ganhado ou comprado sua liberdade), que comprovassem uma renda superior a quatrocentos mil sestércios. Os equestres somente poderiam ocupar alguns cargos públicos, sobretudo militares e administrativos. Os mais capazes, no final da carreira, finalmente eram promovidos aos cargos mais altos da corte, como por exemplo: comandante do corpo de bombeiros da cidade de Roma, prefeito da cidade, governador das províncias, entre outros.
A camada inferior da hierarquia social romana era constituída pelas categorias mais baixa da população (que tivesse uma renda inferior a quatrocentos mil sestércios), nomeadamente a Plebe; os Libertos e os Escravos. Essas categorias dispunham de vários direitos, mas não poderiam ocupar cargos públicos ou interferir em nenhuma das eleições organizadas na época.
Obviamente, as camadas mais inferiores eram desprezadas pelas camadas superiores, viviam em condições miseráveis. Havia membros das camadas inferiores que detinham grandes posses. Esses, mesmo ricos, dificilmente conseguiam subir na hierarquia social. Muitos médicos, pedagogos, artistas, músicos, atores, escribas e engenheiros pertenciam à classe inferior.
A camada inferior, cujos membros não possuíam terras nem meios próprios, participavam diretamente da produção e alimentavam a camada superior com o produto do seu trabalho.
Fontes:
BELATO, Dinarte. Civilizações clássicas II. Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil, 2009. Disponível em: