A estrutura social cabo-verdiana

Sumário: A estrutura social cabo-verdiana

A sociedade cabo-verdiana encontrava-se estruturada de forma piramidal em três grupos sociais distintos: os brancos no topo da pirâmide; os africanos livres, os forros e, mais tarde, os mestiços, na parte intermédia; e os escravos, a maioria da população na base dessa pirâmide.
A classificação social era feita de acordo com a cor da pele, a pureza do sangue, os direitos individuais e as funções sociais de cada um.

Os brancos
O grupo dos brancos era detentor dos poderes e gozava de muitos privilégios, sendo constituído por várias subclasses. Os brancos desempenhavam as funções de capitães-donatários, comerciantes, proprietários rurais, missionários, agentes administrativos e judiciais, entre outras.
Desse grupo ainda faziam parte os degredados, homens de diversos ofícios (mecânicos, marinheiros…) e judeus.

Os forros e africanos livres
Esse grupo encontrava-se na posição intermédia entre os brancos e os escravos. Os forros eram escravos a quem concederam a liberdade ou que nasceram de pais alforriados.
Nesse grupo encontram-se alguns mestiços, que beneficiavam de mais algumas regalias que os forros, mas ambos estavam privados de alguns direitos, dada a sua origem, pode, inclusivamente, ser considerados escravos.
Os mestiços, assumidos pelo pai, gozavam de uma posição mais privilegiada, podendo então ascender socialmente.

Os escravos
Os escravos formavam a base da pirâmide social e constituíam a maioria da população cabo-verdiana, não havendo entre ele nenhuma diferenciação.
A única diferença estava apenas na forma como os senhores os utilizavam. Havia escravos rurais, submetidos a trabalhos de grande esforço físico, e os domésticos, que trabalhavam nas casas dos senhores e com eles mantinham relações de proximidade e uma certa confiança.
Havia ainda os escravos de ofícios especializados na cidade (ferreiros, sapateiros, alfaiates, artesãos, vendedores, carregadores e até mercadores).
Sendo os escravos a base mais larga da pirâmide, esta era uma sociedade escravocrata.
Sociedade escravocrata – uma sociedade organizada de forma que a maior parte da sua produção seja realizada pela mão-de-obra escrava.

Fontes:
RODRIGUES, Joanita Cristina; FORTES, Maria Auxiliadora da Cruz. História e Geografia de Cabo Verde – 7º ano (verão experimental). Porto Editora, Porto, 2011.
ALMEIDA, José Maria. (direcção). Descoberta das ilhas de Cabo Verde. Arquivo Histórico Nacional. Praia, 1998.
ANDRADE, Elisa Silva. As ilhas de Cabo Verde: da descoberta à independência nacional (1460-1975). L´Harmattan. Paris, 1996.
SANTOS, Maria Emília Madeira; TORRÃO, Maria Manuel Ferraz; SOARES, Maria João. História Concisa de Cabo Verde. Instituto de Investigação Científica Tropical, Instituto Nacional de Investigação e Património Culturais de Cabo Verde. Lisboa-Praia, 2007.
CARREIRA, António. Cabo Verde: formação e extinção de uma sociedade escravocrata (1460-1878). 3ª Edição. Instituto de Promoção Cultural. Praia, 2000

Origem étnica da população cabo-verdiana: a mestiçagem

Sumário: A mestiçagem

A mestiçagem em Cabo Verde processou-se de duas formas: pelo encontro entre os homens brancos e as mulheres negras e também entre as diferentes etnias africanas aqui presentes.
Por motivos diversos, a presença da mulher branca na ilha de Santiago era muito rara. Por isso, desde muito cedo, os colonos brancos se envolveram com as suas escravas, dando origem aos primeiros mestiços.
A presença de africanos de diversas etnias conduziu a uma mestiçagem entre os indivíduos desses grupos étnicos, da qual terão nascido os híbridos.
Essa mestiçagem racial teve seus impactos na formação da cultura cabo-verdiana, que tem traços de diversos espaços.

Fontes:
RODRIGUES, Joanita Cristina; FORTES, Maria Auxiliadora da Cruz. História e Geografia de Cabo Verde – 7º ano (verão experimental). Porto Editora, Porto, 2011.
ALMEIDA, José Maria. (direcção). Descoberta das ilhas de Cabo Verde. Arquivo Histórico Nacional. Praia, 1998.
ANDRADE, Elisa Silva. As ilhas de Cabo Verde: da descoberta à independência nacional (1460-1975). L´Harmattan. Paris, 1996.
SANTOS, Maria Emília Madeira; TORRÃO, Maria Manuel Ferraz; SOARES, Maria João. História Concisa de Cabo Verde. Instituto de Investigação Científica Tropical, Instituto Nacional de Investigação e Património Culturais de Cabo Verde. Lisboa-Praia, 2007.
CARREIRA, António. Cabo Verde: formação e extinção de uma sociedade escravocrata (1460-1878). 3ª Edição. Instituto de Promoção Cultural. Praia, 2000

A origem étnica da população cabo-verdiana

Sumário: A origem étnica da população cabo-verdiana

Para a formação da sociedade caboverdiana participaram, inicialmente, dois grandes grupos étnicos: brancos europeus e negros africanos.
Os brancos, grupo numericamente minoritário, eram constituídos por europeus de diferentes nacionalidades, sendo a maioria portugueses, que constituíram os primeiros colonos. Eram essencialmente comerciantes e fixaram-se em Ribeira Grande de Santiago, sobretudo a partir de 1466.
Os negros eram sobretudo escravos trazidos da costa da Guiné e representavam a maioria da população. Oriundos da região da Costa da Guiné, eles vieram de várias etnias: Cassangas, Manjacos, Felupes, Balantas, Papéis, Naluns, Bijagós e Jalofos. Vieram sobretudo a partir de 1472, com a necessidade de desenvolver a actividade agro-pastoril para a manutenção do comércio com a costa da Guiné.
É o cruzamento desses grupos étnicos (brancos e negros) que vai dar origem à população cabo-verdiana.
Todavia, a distribuição étnica da população ocorreu de forma diferente em cada uma das ilhas, devido a influência de factores como o clima, o tipo de actividade económica desenvolvida e a forma de ocupação dos espaços. Nas ilhas de Santiago e Maio, por exemplo, os negros fixaram-se ali em número superior aos brancos, pois as necessidades económicas e os condicionalismos climáticos assim exigiram. Pelas mesmas razões, nas ilhas do Fogo (até 1680) e Brava a população branca era superior aos negros.

Fontes:
RODRIGUES, Joanita Cristina; FORTES, Maria Auxiliadora da Cruz. História e Geografia de Cabo Verde – 7º ano (verão experimental). Porto Editora, Porto, 2011.
ALMEIDA, José Maria. (direcção). Descoberta das ilhas de Cabo Verde. Arquivo Histórico Nacional. Praia, 1998.
ANDRADE, Elisa Silva. As ilhas de Cabo Verde: da descoberta à independência nacional (1460-1975). L´Harmattan. Paris, 1996.
SANTOS, Maria Emília Madeira; TORRÃO, Maria Manuel Ferraz; SOARES, Maria João. História Concisa de Cabo Verde. Instituto de Investigação Científica Tropical, Instituto Nacional de Investigação e Património Culturais de Cabo Verde. Lisboa-Praia, 2007.
CARREIRA, António. Cabo Verde: formação e extinção de uma sociedade escravocrata (1460-1878). 3ª Edição. Instituto de Promoção Cultural. Praia, 2000